
Ah! Maldita Estrela
(Ou a Ladainha de uma alma inconformada e ranzinza)
Porque insiste em brilhar apenas pra uns?
Estrela traidora.
Signo de esperança e bom agouro no tarô...
Conheço-te sem máscara.
A mim não engana.
Conheço suas facetas mais devassas.
Estrela de Davi, estampada nas roupas dos moribundos.
Você que brilha, soberba, na constelação de nações opressoras. Na bandeira que machuca a lua! Até a pobre lua, mero satélite de um planeta repleto de seres tão vis...
Destaca-se no peito marcado de torturados e torturadores... será que só é igualitária na dor?!
Quero sua luz, mas apenas a que me nega.
A luz do sucesso. Da benção.
Por que me nega, logo a mim que sei perceber-te tão bem?!
O que me falta pra ser digno de ti?
Não aceito teu NÃO tão retumbante.
Lembre-se que ao homem tudo é possível até roubar-te a luz.
Reduzi-la ao pó.
Ah! Que ironia...
A estrela que me cabe é a de mártir...
Pois quem não te quer sou eu.
Prefiro ser mártir desolado, desprovido de estrela, a cintilar sob uma luz torpe, furtiva e esnobe.
Apagou-se pra mim, estrela maldita!
Nenhum comentário:
Postar um comentário